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Como a aplicação de aliviadores pode minimizar os efeitos da seca em plantas de soja?

  • Foto do escritor: Quantum
    Quantum
  • 5 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 6 de ago. de 2020

Compostos à base de zinco, fosfito e enxofre aumentam a tolerância à seca de plantas em períodos de estiagem.

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Pulverização de aliviadores de estresse por déficit hídrico e seus efeitos em processos fisiológicos de plantas de soja. De acordo com Batista et al. (2020).

Estresse por déficit hídrico e o papel dos aliviadores


A seca é o fator que mais promove prejuízos a produtores agrícolas. Mas, você sabia que essas perdas na produtividade podem ser minimizadas? Sim, podem! E, dentre as estratégias para se minimizar os efeitos do déficit hídrico, sob a produtividade, destaca-se a aplicação dos compostos aliviadores. No entanto, você deve estar se perguntando o que viria a ser os tais aliviadores. Aliviadores são um conjunto de moléculas que, quando absorvidas pelas plantas, atuam em diversos processos fisiológicos, podendo desencadear respostas de tolerância para o déficit hídrico provocado pela seca.


Com o objetivo de aumentar a tolerância à restrição hídrica no solo, diversas substâncias, já conhecidas, vêm sendo investigadas quanto aos seus efeitos fisiológicos. Muitas delas são consideradas fertilizantes foliares, bioestimulantes e outras, até mesmo, substâncias que desempenham papel sinalizador nas células vegetais.


Atuação de aliviadores na fisiologia das plantas


Recentemente, um estudo desenvolvido pela pesquisadora Priscila Batista e demais pesquisadores do IF Goiano - Campus Rio Verde e da Universidade de Sydney (Austrália), descreveram que: o sulfato de zinco, fosfito de potássio e sulfeto de hidrogênio, apresentam papel aliviador ao estresse por déficit hídrico em plantas de soja, nos estádios vegetativo (V4) e reprodutivo (R1).


Os autores verificaram a atuação destes aliviadores no aumento das respostas de defesas antioxidantes das plantas de soja, o que proporcionou maior estabilidade e integridade às membranas celulares das plantas. Essa resposta é importante, pois o acúmulo de espécies reativas de oxigênio (EROs - agentes oxidantes) podem levar a degradação de macromoléculas, membranas celulares e, até mesmo, de material genético. Logo, pode-se notar a importância da aplicação dos aliviadores no aumento da tolerância das plantas de soja ao déficit hídrico, visto que, houve aumento da atividade de enzimas que atuam, especificamente, na remoção de EROs.


Além disso, os autores destacaram que a aplicação dos aliviadores promoveram o acúmulo de açúcares e aminoácidos, como a prolina, nos tecidos foliares das plantas (Figura a seguir). Essas respostas colaboraram para um melhor ajuste osmótico celular na condição de déficit hídrico, permitindo a redução da perda de água pelas células. Que por sua vez, pode ser verificado pelo aumento da concentração sulco celular.

https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/ppl.13034?casa_token=KOxUPAZctIsAAAAA%3A97--G0XZnclgIm_AjT6D9kbns31i0sWUB6XCEKWm3AV8FOAl0nirlnBWCGnQi8hyMzasxtkHxp38GC-C#ppl13034-fig-0001
Aminoácidos livres, carboidratos, álcoois açucarados e ácidos orgânicos em plantas de soja cultivadas sob condição bem irrigada (WW) ou déficit hídrico (WD, 50% da capacidade máxima de retenção de água) combinada com a aplicação de fosfito de potássio (PP, 0,75 L/ha), sulfeto de hidrogênio (HS, 0,66 g/ha de NaSH) e sulfato de zinco (ZS, 1,38 kg/ha), nos estádios de desenvolvimento V4 ou R1.

Esses resultados abrem um precedente muito importante para o manejo do déficit hídrico, bem como mencionado pela doutora Priscila Batista:


"Nossos resultados demonstram o potencial uso agrícola desses compostos para mitigação dos efeitos de períodos de veranicos nas plantas de soja. Além disso, com os avanços dos estudos em campo, a ação mitigadora desses compostos poderá ser atestada."

Essas alterações em processos fisiológicos promovidas pela pulverização dos aliviadores, permitiram que as plantas de soja mantivessem maior desempenho fotossintético sob déficit hídrico, quando comparadas a plantas que não foram tratadas com os aliviadores. Dessa forma, a maior retenção de água nos tecidos foliares permitiu que as plantas mantivessem os estômatos abertos por maior tempo. O que é bastante relevante, pois o CO atmosférico que entra a partir dos estômatos, é assimilado pelo processo de fotossíntese e convertido em biomassa. No caso da soja, isso pode influenciar no produto de maior interesse, que são as sementes.




Bibliográfia: Artigo: Biochemical and physiological impacts of zinc sulphate, potassium phosphite and hydrogen sulphide in mitigating stress conditions in soybean Autores: Priscila Ferreira Batista, Caroline Müller, Andrew Merchant, David Fuentes, Robson de Oliveira Silva-Filho, Fábia Barbosa da Silva, Alan Carlos Costa Revista: Physiologia Plantarum







 
 
 

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